Sempre foi melhor “prevenir” do que “remediar”, mas em se tratando de prevenção na área de saúde e mais particularmente em odontologia a tal prevenção é comprovadamente eficiente.

Particularissimamente, a prevenção em casos de ortodontia também é relevante. Estamos falando em tratar precocemente dentições que desde cedo apresentam características evidentes de problemas.

Mordida profunda – esconde os dentes inferiores

Mordida aberta – só os dentes de trás encostam

A intervenção ortodôntica em tenra idade é chamada de ortodontia preventiva-interceptativa pois na verdade o tratamento vai interceptar uma má oclusão em formação, que portanto ainda não está plenamente estabelecida.

Mas porquê tratar precocemente, se depois podemos fazer tratamento corretivos?

A questão é que quanto maior o mal, mais amargo é o remédio. Explico melhor:

– quando vamos corrigir uma determinada situação estabelecida será necessário o uso de aparelhos capazes de movimentar dentes que já estão praticamente formados, estabelecidos em posições muito fora do lugar devido, muitas vezes os espaços para realinhar são insuficientes e mesmo os ossos onde estão implantados já não possuem a forma e tamanho ideais para acomodá-los, muitas vezes existem dentes cruzados (fig. abaixo), isto é, em posição invertida de oclusão.

Sendo assim, corremos o risco de precisar lançar mão das famosas extrações de pré-molares para execução do tratamento corretivo. Nesses casos os aparelhos de correção são mais complexos, normalmente fixos, embora existam exceções.

Classe 2 – degrau horizontal grande entre os arcos

Os tratamentos interceptativos por outro lado, contam com o crescimento do indivíduo, promovendo o direcionamento do crescimento de modo a facilitar a acomodação dos dentes na arcada e mais, prevenindo ou mesmo corrigindo mordidas cruzadas que podem inclusive deformar o arco dentário de maneira irreversível, que sendo deixadas ao léu por assim dizer, no futuro só poderão ser camufladas.

Antes de tratar

Depois de tratar

Caso como esse, fatalmente careceria de extrações e aparelhos fixos se não tivesse sido tratado a tempo, i.é, a partir dos 8 anos.

Os aparelhos mais eficientes para tratar nossa arcada em crescimento são os aparelhos ortopédicos funcionais, que usam forças intermitentes, muito mais fisiológicas que as forças usadas pelos aparelhos ortodônticos propriamente ditos.

Aparelho de ortopedia funcional dos maxilares

outro tipo de Aparelho Ortopédico funcional

A Ortopedia Funcional dos Maxilares teve seus grandes mestres idealizadores no velho continente tais como o Dr. Hans Peter Bimler, alemão e o Dr. Pedro Planas, espanhol entre outros. Ambos infelizmente habitantes do Oriente Eterno, se é que me entendem. Aqui no Brasil podemos citar a Dra. Wilma Alexandre Simões, ainda entre nós.